Construir uma carreira na Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo foi uma experiência transformadora. Durante mais de 20 anos como servidora pública, tive a honra de atuar em unidades de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, convivendo com colegas e líderes maravilhosos.
Hoje, já em outra etapa da jornada profissional, tive a oportunidade única de “retornar para casa” ao ministrar duas palestras especiais em 2025 — uma virtual, outra presencial — ambas abordando temas profundamente conectados às minhas pesquisas e ao propósito do Across Seven Seas: ampliar consciência, promover conexões humanas e incentivar novos olhares sobre o mundo.

Doutor
Justiça Restaurativa e o Encontro Online: Um Diálogo Necessário Sobre Idadismo
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No dia 02 de outubro de 2025, participei de um encontro online no âmbito do Projeto Justiça Restaurativa, coordenado pelo Dr. Fernão Pompêo de Camargo – Juiz Federal Coordenador Diretor do Centro de Justiça Restaurativa da Justiça Federal de São Paulo – CEJURE e pelo Dr. Paulo Marcos Rodrigues de Almeida, Juiz Federal Coordenador da Central de Conciliação – CECON. Esse evento abriu um espaço de diálogo essencial sobre temas contemporâneos que influenciam diretamente a cultura das instituições públicas.
Por que tratar da “Desconstrução do Idadismo” importa
O idadismo — preconceito baseado na idade — permeia sociedades e organizações de maneiras sutis e persistentes. Ele se manifesta em julgamentos rápidos, suposições equivocadas sobre capacidade ou produtividade e na criação de barreiras invisíveis que afetam oportunidades.
Durante minha apresentação, explorei:
- Como o idadismo afeta todas as gerações, tanto jovens quanto pessoas maduras;
- Impactos emocionais e organizacionais dessa forma de discriminação silenciosa;
- Como promover ambientes intergeracionais saudáveis, onde experiência e inovação convivam em harmonia;
- Exemplos práticos de inclusão geracional que podem ser aplicados em equipes da Justiça Federal e outras instituições.
A recepção calorosa dos participantes e magistrados mostrou que o tema desperta interesse genuíno. Muitas reflexões surgiram, revelando abertura para transformar práticas institucionais, fortalecer vínculos humanos e incentivar novas formas de colaboração.

Ao meu lado, Norma Lúcia e Aline, especialistas da DIES
Retorno ao Fórum Pedro Lessa: Conexões Humanas Entre Gerações na Justiça Federal
Alguns dias após o evento online, no dia 24 de outubro de 2025, tive a oportunidade de realizar uma palestra presencial no Fórum Pedro Lessa, localizado na icônica Avenida Paulista — local onde trabalhei por muitos anos e guardo enormes lembranças profissionais.
A DIES — Divisão da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores — realizou um trabalho impecável na coordenação do evento. Desde a recepção até a estrutura do debate, tudo refletiu organização, sensibilidade e valorização da formação contínua dos servidores. Gratidão às colegas e especialistas na capacitação de servidores, Norma Lúcia da Cunha Soares e Aline Cristina Paschoal Flôres.
Conexões Humanas Entre Gerações na Justiça Federal
Esse encontro foi dedicado a explorar um tema que considero vital para o futuro das organizações:
- Como fortalecer vínculos entre diferentes gerações;
- A potência das trocas entre juventude e experiência;
- Mentoria reversa e outras estratégias inovadoras de integração;
- A importância da escuta ativa, empatia e colaboração;
- Como pequenas práticas diárias podem transformar ambientes de trabalho em comunidades mais humanas.
A participação de servidores de diferentes gerações, vindos de diversas unidades do Estado de São Paulo, tornou o debate ainda mais rico. Pessoas jovens, experientes, recém-chegadas ou com décadas de carreira somaram visões complementares, construindo pontes e estimulando o respeito mútuo. Foi emocionante reencontrar colegas e conhecer novos servidores, todos unidos em um mesmo propósito: construir equipes de trabalho harmônicas e positivamente unidas.

Sr. Manoel Cristino ao meu lado

Homenagem ao Sr. Manoel Cristino: Sabedoria, História e Inspiração
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a presença do Sr. Manoel Cristino, de 84 anos, integrante da chamada Geração Silenciosa. Funcionário terceirizado da Justiça Federal, ele sempre esteve lotado no Fórum Pedro Lessa, desde sua inauguração nos anos 1980. Sua trajetória discreta, dedicada e amorosa carrega a memória viva daquela instituição.
Durante a palestra, prestamos uma homenagem especial ao Sr. Manoel, reconhecendo sua contribuição histórica e seu exemplo de longevidade ativa no ambiente de trabalho. Ele foi calorosamente aplaudido pelos presentes, emocionou-se e compartilhou palavras simples, porém poderosas, sobre gratidão, respeito e convivência. A alegria estampada em seu rosto refletiu o quanto gestos de reconhecimento podem transformar vidas — e reforçar conexões entre gerações.
Esse momento reforçou, de forma muito concreta, o tema central da palestra: as pessoas que constroem a Justiça Federal são parte de um legado vivo, e o respeito entre gerações fortalece não apenas o ambiente institucional, mas também a humanidade que o sustenta.

Fórum Pedro Lessa da Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paullo, na Avenida Paulista
A Justiça Federal Como Parte da Minha História
Esses dois eventos marcaram profundamente minha trajetória. Voltar ao ambiente onde passei tantos anos, agora como palestrante, trouxe um sentimento de completude: como se cada passo dado antes tivesse contribuído para esse momento de troca e reflexão.
A Justiça Federal me ensinou:
- o valor da responsabilidade pública,
- a força do trabalho coletivo,
- e a importância de olhar para as pessoas antes dos processos.
Por isso, compartilhar temas como diversidade geracional, idade, longevidade ativa e vínculos humanos foi mais do que uma ação profissional — foi um gesto de reconhecimento e gratidão.
Imagens dos participantes da palestra no Fórum Pedro Lessa
Impacto Para a Instituição: Por que essas conversas são necessárias
As instituições são feitas de pessoas. E somente quando há atenção à saúde emocional, às diferenças individuais e à valorização das histórias humanas é que elas se fortalecem.
Falar sobre conexões intergeracionais e combate ao idadismo amplia:
- a inteligência coletiva das equipes,
- o clima de trabalho,
- a qualidade do serviço público,
- e a sensação de pertencimento.
Ao abrir espaço para discussões como essas, a Justiça Federal reafirma seu compromisso não apenas com a excelência institucional, mas também com a dignidade humana.

Pontes que se Constroem todos os Dias
Essas palestras representaram mais do que compromissos profissionais: foram um reencontro afetivo com a instituição que marcou minha vida por mais de 20 anos. Revisitar a Justiça Federal, agora contribuindo com debates essenciais sobre idadismo, convivência entre gerações e humanização institucional, foi um privilégio que reforça meu propósito atual.
A homenagem ao Sr. Manoel Cristino sintetiza tudo aquilo que acredito: as instituições são feitas de pessoas — e é valorizando cada história, cada idade e cada trajetória que construímos ambientes mais justos, humanos e inspiradores.
Que essas reflexões alcancem muitos leitores e que, através de outros mares e novas jornadas, continuemos a construir pontes — duradouras, respeitosas e profundamente humanas — entre todas as gerações.
Saiba mais:
- Organização Mundial da Saúde – Ageism: https://www.who.int/ageism
- ONU – Década do Envelhecimento Saudável: https://www.who.int/initiatives/decade-of-healthy-ageing
- Conselho Nacional de Justiça – Justiça Restaurativa: https://www.cnj.jus.br/justica-restaurativa/





