Em agosto de 2017 realizei um dos meus grandes sonhos de adolescente – Conhecer o Egito.
O roteiro foi perfeitamente elaborado por minha nora Sara, e envolvia várias etapas, tendo iniciado e terminado na capital egípcia.
A esta altura já havíamos realizado um Cruzeiro pelo Rio Nilo, tendo conhecido Luxor, Kom Ombo, Aswan e depois Dahab e as belezas de seus pontos de mergulho. Já tínhamos vivenciado as melhores emoções e deslumbramentos que uma viagem pode nos dar, e ainda teríamos mais uns dias para explorar aquele país. Faltava muito a ver no Cairo.
Lá chegando, fomos recebidos por Homda Abdel Rashdan, nosso Guia no Cairo, falante do português e que nos mostraria as maravilhas do Cairo.
Já tínhamos tido uma pequena mostra das emoções que a Cidade dos Mil Minaretes iria nos proporcionar, quando assistimos à apresentação do Show de Luzes nas pirâmides de Guizé.
Agora teríamos mais tempo para conhecer propriamente aquela cidade milenar.
Estávamos de volta, também, ao hotel Le Meridyen Pyramids e a sua piscina icônica com vista para a Pirâmide de Quéops – a única Maravilha do Mundo Antigo ainda existente estava a nossa disposição. Não perdíamos uma oportunidade de nos refrescarmos naquelas águas.
No amplo e belo lobby do hotel presenciamos dois casamentos e suas tradicionais homenagens aos noivos. Convidados belamente trajados, mulheres celebrando com os gritinhos típicos – a zaghrouta, uma banda e seus cantores anunciando a chegada da noiva que descia pela bela escadaria, enquanto os convidados e o noivo a aguardam no térreo – tudo muito emociante, envolvente e exotico.
A nossa programação no Cairo ficou assim:
Dia 1 – O Cairo Faraônico Piramides, Memphis e Sakara
Logo cedo, guiados pelo brilhante guia Homda Abdel Rashdan, fomos ver, de perto, uma das sete maravilhas do mundo – As Piramides de Guizé – Quéops (a primeira e maior, atribuída ao rei Khufu), Quefren (rei Khafraa) e Micerinos (a menor do rei Micerinos). As pirâmides de Guizé datam do império antigo, IV Dinastia.
A Esfinge, é claro, também faz parte daquele sítio fantástico e nos deixa sem palavras diante de tanta beleza.
Prostrada junto ao Templo do Vale, possui cabeça humana (rei Kefren) e corpo de leão. Segundo historiadores, a esfinge guarda em seu interior grandes segredos.
Estar diante daquelas maravilhas me fazia sentir como em um sonho. Estava realizando meus desejos de menina e eu não cabia em mim mesma de tanto júbilo.
Cavalgar em um camelo por entre as pirâmides de Guizé era como estar em um filme de aventuras. Demais!
Depois de tantas emoções, pausa para o almoço tipicamente árabe.
Após, partimos em direção a Mênfis, a primeira capital do Egito no reino antigo.
Datada de 3200 AC, Mênfis está situada a 25 km do Cairo e tem por principal atração arquitetônica o Colosso de Ramses II. Feito de pedra maçica, com um comprimento de 13m, e um peso de 120 toneladas, vimos este monumento está na horizontal enquanto aguardava o seu transporte para o novo Museu do Cairo a ser inaugurado em 2019. Em janeiro de 2018, o colossal Ramses II de Mênfis já foi instalado no novo museu.
Mesmo sem o famoso monumento, Mênfis continua sendo um ponto turístico importante pois reúne outros importantes achados arqueológicos egípcios.
Em seguida fomos à Saqara – a necrópole mais antiga do Egito faraônico. Ali vimos a pirâmide escalonada da III Dinastia pertencente ao faraó Zoser. Considerada a estrutura em pedra mais antiga do mundo, esta pirâmide possui 60 metros de altura, dividida em 6 grandes níveis.
Dia 2 – Museu do Cairo, Citadela e Mercado
Acordamos cedinho e nos dirigimos ao Museu do Cairo.
Construído em 1908, está situado na Praça de Tahrir. De visita obrigatória, este museu guarda a maior coleção de elementos da época faraônica. Em uma sala especial, os tesouros do Rei Tutankhamon estão guardados junto a 27 mumias, entre elas as múmias do Rei Ramses II e a Rainha Hatshesupt.
Depois de tudo o que já havíamos visto e aprendido sobre estes grandes reis egípcios, foi muito emocionante ver de perto seus corpos embalsamados.
Ao final da visita ao Museu fomos conhecer o Cairo Islâmico.
Cairo Islâmico
A Citadela de Saladino, foi construída por Salah El Din, nos anos de 1138 AD para defender o Cairo das Cruzadas.
Entramos na Mesquita de Al-Azhar – a Mesquita de Alabastro, construída pelos fatimitas fundadores do Cairo em 972. A mesquita, juntamente com a universidade, é considerada a Meca cultural do mundo islâmico.
A mesquita egípcia mais importante, foi fundada em 970DC. Colunas e paredes de alabastro concedem à mesquita beleza unica.
Deixando o Cairo islâmico, nos dirigimos ao Cairo Copto.
Cairo Copto
Copto vem de Coptas — grupo etno-religioso do Egito. O Cairo Copto é uma parte do Velho Cairo que engloba a Fortaleza de Babilônia, o Museu Copta, a Igreja Suspensa, a Igreja de São Jorge e muitas outras igrejas coptas assim como sítios históricos. Acredita-se que a Sagrada Família visitou esta área, estabelecendo-se no local da Igreja dos Santos Sérgio e Baco.
O Cairo Copto foi uma fortaleza do cristianismo no Egito até a época islâmica, apesar da grande maioria das igrejas em Cairo Copto terem sido construídas após a conquista muçulmana do Egito.
A Abu Serga, ou Igreja de São Sérgio, marca o lugar onde a Sagrada Família descansou durante sua ida ao Egito.
Tendo visitado a região cristã do Cairo, nos dirigimos ao Cairo Judaico.
Cairo Judaico
Ao lado da Igreja de Santa Barbara encontra-se a Sinagoga de Ben Ezra, construída no século IX, no lugar onde afirma-se qye o bebê Moisés foi encontrado entre os juncos. Contém ornamentos de shechiná e uma valiosa coleção de antigos manuscritos e rolos da Torá.
Terminada a peregrinação pelos locais religiosos do Cairo, fomos visitar o famoso Mercado Khan El Khalili.
Mercado Khan El Khalili
Mercado Khan El Khalili, um dos bazares mais antigos e famosos do Oriente Médio. Estreitos ruas se entrelaçam neste mercado repleto de lojas e barracas de especiarias, roupas, essências, objetos de ouro, cobre e prata.A história deste mercado remonta ao século XIV.
Andar por suas vielas estreitas é algo exótico e assombroso. Exótico pelas belas mercadorias ali vendidas e assombroso pela sujeira que encontramos pelas ruas. Chocante!
Depois de um dia intenso, ao por-do-sol fizemos um belíssimo passeio de Feluca pelo Rio Nilo.
Feluca é um barco de madeira, com uma grande vela, tradicional do mar Vermelho.
Encerramos o dia com um jantar na região islâmica do Cairo. No caminho até o restaurante vivenciamos cenas do dia-a-dia árabe, que deixou ainda mais interessante nosso jantar.
Encerramos nosso dia agradecidos por tudo o que aprendemos e vivemos na capital do Egito.