Depois de uma longa quarentena aqui em Lisboa, meu retorno à vida de exploradora sênior não podia ter sido melhor. Fiz um passeio que me emocionou profundamente – visitei este que é um dos mais belos museus portugueses, o Museu Nacional do Azulejo.
Localizado próximo à área central da cidade, a entrada tem um custo de apenas 5 euros para a visitação de seus 2 pavimentos bem organizados, e totalmente preparados para receber o público, observadas as regras de distanciamento impostas pela pandemia da Covid-19.
No dia em que fui, apenas eu estava presente, o que me permitiu degustar todo o seu acervo artístico com muita calma, e sem medo de aproximações indevida. Fiz o passeio em Lisboa – Museu Nacional do Azulejo em plena segurança.
Em dois pisos repletos de salas e corredores vê-se o gosto da nobreza portuguesa, refletido em painéis com temas satíricos, mitológicos, cenas de caça, religiosos, representativos de estilos artísticos das épocas correspondentes.
Recomendo reservar 2 horas, no mínimo, para bem apreciar esta jóia em Lisboa.
Um pouco de história.
A cronologia deste museu remonta ao século XV, chegando à atualidade com painéis de azulejos e peças tridimensionais.
Da arte barroca até a contemporaneidade, neste exclusivo museu prova-se que o azulejo continua a ser uma expressão viva da identidade portuguesa.
Historicamente, o museu encontra-se abrigado no antigo Convento da Madre de Deus, mandado construir pela Rainha D. Leonor, mulher de D. João II e irmã de D. Manuel, em 1509. Constituía de um núcleo modesto com o objetivo de receber um pequeno grupo de freiras Franciscanas Descalças recém-chegadas do convento de Jesus em Setúbal. A igreja, espaço fundamental para a comunidade, só mais tarde veio a ser construída.
O lugar, à época, se constituía em um dos mais aprazíveis lugares de Lisboa, à beira rio e repleto de hortas e pomares que abasteciam a cidade.
A construção inicial do século XVI foi muito destruída com o grande terremoto de 1755, sendo o edifício atual o resultado de muitos trabalhos de restauração e conservação ao longo dos séculos.
Azulejos e muito ouro
Nos finais do século XVII, o Rei D. Pedro II restaurou o convento, conferindo a ele elevado nível decorativo, que se pode ver nas pinturas dos tetos da igreja, área do coro e corpo da igreja.
Os painéis de azulejos holandeses foram colocados em 1686 por conta de Luís Correia da Paz, deputado do tribunal da Junta do Comércio do Brasil que, em troca, recebeu das freiras a licença de sepultar a si e sua família na igreja do convento.
A rica igreja no interior do Museu Nacional do Azulejo possui um portal manuelino com os brasões do rei D. João II e de D. Leonor, encontrando-se revestida não só por azulejos barrocos azuis e brancos, mas também por muita talha em ouro.
O século XIX trouxe ao edifício profundas modificações institucionais e funcionais, tendo em vista a extinção das ordens religiosas, em 1834.
A partir de 1896 deu-se início a amplas obras de restauro destinadas à transformação dos espaços e a sua adaptação a uma nova utilização pela sociedade.
Para o local foram sendo conduzidos e armazenados painéis de azulejo, que inicialmente se destinavam à decoração dos espaços, mas que por muito tempo ali ficaram guardados em caixotes.
A instalação do Museu Nacional do Azulejo
Nos inícios do século XX, com o objetivo de proteção patrimonial, diversos monumentos de Lisboa foram colocados sob a tutela do Museu Nacional de Arte Antiga, ficando estabelecido, que a Igreja e dependências do convento Madre de Deus deviam ser consideradas como anexos daquele museu nacional.
Com as comemorações do quinto centenário do nascimento da rainha D. Leonor, a Fundação Calouste Gulbenkian custeou grandes obras no claustro do convento, a fim de ali ser realizada uma grande exposição, sendo, ao seu final, levantada a questão do aproveitamento daqueles espaços par a instalação de um Museu do Azulejo.
Para aprender e relaxar
Além de toda a beleza já apresentada, o Museu Nacional do Azulejo promove diversas atividades, como mostras de técnicas artísticas e artesanais e oficinas de pintura em azulejo.
Oferece, também os serviços da Biblioteca especializada em azulejaria e cerâmica.
Além de oferecer uma cafeteria belamente azulejada junto a um espaço externo muito relaxante.
Uma pequena mostra deste magnífico museu.
Neste curto vídeo, apenas uma pequenina mostra do que se vê neste que é um dos museus mais belos de Portugal. Se gostar, por favor, se inscreva no meu canal e seu like.
◊ Endereço: Museu Nacional do Azulejo, Rua da Madre de Deus, 4, Lisboa
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