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EU NASCI  WANDERLUST! QUE RAIOS É ISTO?

Perguntei só por perguntar. Pois eu sei muito bem o que é ser uma pessoa Wanderlust.

Muitas pessoas como eu não conseguem se lembrar quando uma viagem não foi a maior atração de sua vida, ou o que mais tenha influenciado tanto a sua personalidade como a vontade de explorar o mundo. Mas será que as pessoas nascem com esta paixão toda?

O impulso por viajar parece inato, como se eu sentisse uma compulsão por estar sempre planejando um viagem, como se eu me alimentasse das sensações que estes pensamentos me trazem. E quando uma viagem está em andamento, outra já está em mente. Se pudesse, emendaria uma na outra.

Explorando as Pirâmides do Egito

Será que a ciência pode explicar isto? me perguntei. E não é que pode!

Dia desses encontrei a resposta para minhas questões em uma publicação da revista eletrônica Traveler, da Condé Nast https://www.cntraveler.com/story/the-science-of-wanderlust

Segundo pesquisadores, existe um componente genético por trás desta necessidade de viajar inerente a pessoas como eu, chamada PPP, ou Permanent Passport in Pocket syndrome. Já em 2016, vários artigos foram publicados sobre o “gene wanderlust” – DRD4-7R

Especialistas em Psicologia sugeriram que o 7R é uma variação do gene DRD4 que age nos níveis de dopamina no cérebro, na motivação e comportamento do indivíduo. Existe apenas em 20 por cento da população humana.

O fato é que a variante 7R, segundo os pesquisadores, conecta com o perfil “inquieto e curioso” das pessoas que a portam.

Esta inquietação, segundo os autores, é o que impulsiona as pessoas a enfrentarem grandes riscos, que incluem – A Exploração de Novos e Diferentes Lugares.

Já sabemos que a dopamina é o hormônio do bem-estar, mas, de acordo com os cientistas, um de seus principais papéis em nosso corpo é nos encorajar para a busca por novidades, e também, para procurá-la de novo e de novo. É mesmo um hormônio intoxicante. E eu sei muito bem o que é isto.

Mosque Sheikh Zayed, Abu Dhabi, EAU

O gene DRD4, do desejo de viajar, é poderoso e predominante nas pessoas loucas por viagens, diz a bióloga Down Maslar, da Universidade Kaplan, à Condé Nast Traveler:

A dopamina é o hormônio do gostar, e quando quanto mais você tem ela não o sacia –  você se vicia.

Muito interessante é saber que não há uma distribuição equilibrada deste gene entre os humanos. Somente 20% das pessoas espalhadas pelo planeta possuem essa variação genética.  E este desequilíbrio pode significar que se trata de um remanescente evolutivo fossilizado da história humana.

Mas há estudiosos que se opõem a esta teoria afirmando que o risco inteligente foi priorizado em nossa genética na era em que éramos caçadores-coletores, quando a ousadia era necessária à exploração de novos territórios e fontes de alimento como forma de sobrevivência e procriação. Mas que nossa personalidade é poligênica, ou seja, influenciada por muitos genes e todos eles somados ainda aos elementos químicos de nosso cérebro e aos estímulos de nosso meio ambiente.

Resumindo, comportamento ou genética, quaisquer que sejam as origens deste impulso por viajar, seja uma associação ao legado genético derivado das migrações dos povos ou um traço da personalidade, o melhor remédio para tratar desta questão é um só: VIAJAR.

E como testemunha posso dizer: ser uma pessoa Wanderlust é viver constantemente com vontade de explorar o mundo; conhecer novos lugares e pessoas, fazendo com que cada novo cenário visto entre em nossa retina como se fosse um alimento primordial a nossa sobrevivência física e mental.

Ser Wanderlust me faz muito bem! VIAJAR É UMA FONTE PERMANENTE DE JUVENTUDE.

Sydney, Australia

E para quem ainda não sabe, Wanderlust é uma palavra de origem germânica que significa Desejo de Viajar.

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