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Turismo na Nova Zelândia – por onde começar?

Auckland por conta própria

Descrever as emoções e experiências vividas na Nova Zelândia é uma tarefa muito mais do que agradável. É um reviver de grandes e inéditas emoções sentidas no país em que, certamente, inspirou a criação do modo “panorâmico” das câmeras fotográficas. Algo empolgante.

Posso dizer que demorei muito para visitar a Nova Zelândia. Digo isso pois somente em abril de 2018, em minha sexta viagem à Austrália, decidi carimbar meu passaporte no fantástico país das aventuras radicais e paisagens exuberantes. Viajei sozinha.

Ir para a Austrália saindo do Brasil significa quase dar meia volta ao mundo.

Para chegar no país dos cangurus, conexões e escalas são certas. Às vezes mais de duas paradas acontecem no caminho. Tudo depende da companhia aérea e do trajeto escolhidos.  Uma das várias opções de viagem à Sydney pode ser realizada cruzando-se o oceano pacífico, com uma conexão em Santiago, e outra na Nova Zelândia.

Tendo reservado apenas 10 dias para a viagem, eu precisava otimizar este tempo ao máximo para conhecer os principais lugares das Ilhas Norte e Sul Neozelandesas, uma vez que atrações mais marcantes se espalham por todo o país.

Mas onde ir? O que visitar? Esta era a questão que precisava decidir.

Resolvi então recorrer a meu amigo Vinicyus Vieira, fotógrafo, turismólogo e jornalista, responsável pelo site Viagem´graphia, http://viagemgrafia.com.br/, onde escreve e ensina divinamente sobre viagens e cultura para viajantes. Explorador nato e profundo conhecedor do país para onde queria ir, claro que Vinicyus me passou excelentes dicas das principais cidades e atrações que eu não poderia perder, de jeito nenhum.

Destacadas as cidades de Auckland e de Queenstown como pontos centrais de hospedagem e de deslocamento para os demais destinos indicados por Vinicyus Vieira, considerei as distâncias e tempo de ida e volta para cada lugar e selecionei para onde iria e o que iria conhecer durante meus 10 dias.

A lista ficou assim:

  • ILHA NORTE:
  • AUCKLAND – Destaques: Waiheke Island; One tree hill; Mount Eden e muito mais.
  • WAITOMO CAVES – 196km de Auckland
  • KAREKARE & PIHA  – 40km de Auckland – Destaque: Praias desertas
  • BAY OF ISLANDS –  232 km de Auckland – Destaques: praias belíssimas e com golfinhos
  • COROMANDEL – 168km de Auckland – Destaques: Praias
  • ROTORUA –  228km de Auckland – Destaques: Geyseres e cultura maori – Wai o Tapu Termas
  • MATAMATA – 161km de Auckland – Destaques: Locações do filme O Hobbit
  • ILHA SUL
  • QUEENSTOWN – Destaques: ela toda!
  • WANAKA  – 67km de Queenstown – Destaques: Montanhas; chalés; Estradas
  • TEKAPO – 257km de Queenstown – Destaques: Céu à noite; Lago; Mount John observatory
  • DUNEDIN – 278km de Queenstown – Destaques: Cidade Universitária; praias com pinguins e focas
  • MILFORD SOUND  – 287km de Queenstown – Destaques: Fiordes, Cruzeiro
  • ARROWTOWN  – 21km de Queenstown – paisagem; locais históricos
  • GLENORCHY –  46km de Queenstown – Destaques: Locações do filme Senhor dos Anéis

Programação feita, vôos e acomodações comprados, estava pronta para a viagem.

Mala tamanho P pronta, fui!

  • Rumo a Aotearoa

Para quem não sabe, a Nova Zelândia é um país insular, oficialmente pertencente à Oceania, no sudoeste do Oceano Pacífico, formado por duas grandes ilhas (comumente chamadas de Ilha do Norte e Ilha do Sul) e por numerosas ilhas menores, sendo as mais notáveis as ilhas Stewart e Chatham. O nome indígena na língua maori para a Nova Zelândia é Aotearoa, normalmente traduzido como “A Terra da Grande Nuvem Branca”

Maori é o nome do povo que originalmente ocupava a Nova Zelândia (NZ). Segundo a Wikipedia, NZ foi um dos últimos lugares na Terra a serem colonizados pelos europeus. Não existe registro de assentamento humano na Nova Zelândia antes dos viajantes maoris polinésios do leste, que ao longo dos séculos desenvolveram uma cultura distinta agora conhecida como Maori.

Com uma história mesclada pelas culturas maori, europeia, asiáticas e das ilhas do pacífico, a população da Nova Zelândia se tornou mista e hoje soma 4,4 milhões de kiwis (apelido dos neozelandeses).

  • 1º dia – Voei de Sydney tendo chegado à noitinha em Auckland.

Contornos da Nova Zelândia. Foto: Silvia Triboni

A chegada à Nova Zelândia é emocionante. Portadora de uma geografia espetacular, a cor esmeralda de seu mar, suas ilhas e o contorno de suas praias impressionam desde a primeira vista, ainda da janela do avião.

A expectativa por conhecer NZ era imensa, e diante daquele cenário que via da aeronave meu entusiasmo fazia meu coração acelerar.

Teria muito a aprender, a experimentar e a crescer naquele país paradisíaco

Vista da Nova Zelândia. Foto: Silvia Triboni

 Hospedei-me na região central de Auckland, próximo da Queen Street, eixo importante da área central da cidade, repleto de restaurantes, lojas, cafés e teatros.

Optei por ficar no Columbia Apartments, próximo do campus da Universidade de Auckland, sendo habitado predominantemente por estudantes. Em um prédio de muitos andares, os apartamentos eram compostos de dois quartos independentes, e um banheiro e cozinha compartilhados.

A experiência foi ótima! Habitei como os demais estudantes – como se morasse por lá. No térreo do prédio havia uma loja de conveniências, onde eu podia comprar alimentos e fazer algumas refeições. Tudo muito prático, seguro e barato. Adorei! http://www.columbiaapartment.co.nz/

De onde eu estava bastava caminhar 10 minutos para chegar às melhores atrações de Auckland, como por exemplo a Sky Tower. A localização do Columbia Apartments era ótima.

Já instalada, caminhei até a Queen Street, jantei por lá e voltei tranquilamente para a minha casa neozelandesa.

  • 2º Dia – Explorando Auckland por conta própria

Sabendo que Auckland possui todas as amenidades, cultura e vibração de uma grande cidade, mas que ainda mantém uma amigável e tranquila aura de cidade pequena, estava ávida por degustar aquela cidade .

Como de costume, busquei um ônibus turístico, tipo hop on hop off para fazer um reconhecimento geral do lugar, com a intenção de voltar aos lugares mais importantes.

Encontrei o Explore Bus e iniciei minha excursão na já conhecida Queen Street. Paguei NZD 45, pelo ticket de 24 horas de exploração, com possibilidade de fazer o red e o blue tours, incluindo a Devonport Island https://www.explorerbus.co.nz/

Detendora da condição de maior centro econômico e financeiro do país, Auckland é a maior cidade da Nova Zelândia e possui 1,5 milhão de habitantes.

Segui pelo Red Tour e depois conferi as atrações do Blue tour (relação das paradas na foto acima). Fiz minha primeira parada no Auckland War Memorial, localizado no Domain, um dos mais belos parques da cidade.

O Auckland War Memorial Museum reina imponente no alto da colina, possuindo arquitetura clássica e suntuosa. Com sua interessante coleção de arte e relíquias maori e polinésias, uma visita por seus corredores nos permite entender um pouco da história, geografia, geologia e da fauna exótica daquele país chamado Aotearoa. Este interessante museu mescla a história natural e militar da Nova Zelândia, levando-nos a relembrar as passagens neozelandesas pelas grandes guerras.

Neste Memorial, eventos culturais e galerias temporárias fazem parte de sua programação.

Nas galerias maoris, encontramos uma série de edifícios em tamanho real, incluindo Hotunui, a casa de reunião e tribunal daquele povo. Neste edifício presenciei  uma apresentação daquela cultura às crianças visitantes daquele dia. 

A Te Toki ā Tāpiri, a última grande canoa de guerra usada em batalha e esculpida em uma gigantesca árvore totara, ocupa um lugar de destaque.

Hotunu. Foto: Silvia Triboni

 

Foto: Silvia Triboni

Escultura Maori. Foto: Silvia Triboni

Canoa Te Toki ā Tāpiri. Foto: Silvia Triboni

Foi surpreendentemente espetacular vivenciar uma envolvente performance da cultura Maori que acontece diariamente no auditório do museu, cujo objetivo é nos levar a uma jornada através da história de Aotearoa, culminando com uma versão arrepiante da haka mundialmente famosa.

Para quem não sabe o que é Haka, segue pequeno resumo extraído da Wikipedia.”

“A haka maori é um tipo de dança de guerra, tradicionalmente utilizada no campo de batalha, bem como quando os grupos se reuniam em paz. Em uma demonstração feroz do orgulho, força e unidade de uma tribo, os paços incluem violenta pisada com os pés, tapas rítmicos no corpo e a famosa exibição de língua.”

Hoje em dia a haka é exibida em cerimônias e celebrações, e ainda ​​para desafiar os adversários no campo dos esportes.

Muito emocionante ver a haka realizada pelos All Blacks, seleção de rugby da Nova Zelândia, antes de uma partida de rugby. Um jeito ótimo de assustar os adversários já no começo da partida rsrs. Vejam este vídeo do canal World Rugby, publicado em 18.06.15.

https://www.youtube.com/watch?v=yiKFYTFJ_kw

As Galerias com evolução da história natural neozelandesa descreve o meio ambiente daquele país, de suas montanhas, vida animal, às profundezas oceânicas.

Muito interessante ver as projeções interativas que mostram o passado geológico da Nova Zelândia.

A Vulcanologia no país é o estudada extensivamente pois o vulcanismo tem sido responsável por muitas das características geográficas do país, especialmente na Ilha do Norte.

https://en.wikipedia.org/wiki/Volcanology_of_New_Zealand

Soldados Neozelandeses

 

 

As galerias sobre o envolvimento da Nova Zelândia em guerras dedicam, também, espaços com homenagens aos compatriotas que serviram durante os conflitos.

Veja meu post sobre o Anzac Day na Australia.

 

 

 

Confesso que fiquei chocada ao ver, de perto, uma verdadeira bandeira nazista na galeria em que se homenageia os heróis que lutaram na WW II. Vimos tanto essa imagem em filmes e livros, mas estar diante de uma autêntica me causou uma emoção estranha.

 

 

 

Após a visita no Museu de Auckland retornei ao ônibus hop on hop off em direção às outras atrações da cidade.

Visitamos o Eden Park, estádio do do famoso time de rugby All Blacks.

http://www.edenpark.co.nz/

Estádio dos All Blacks. Foto: Silvia Triboni

Seguindo o trajeto da rota vermelha, vi o Mount Eden, um dos 48 cones vulcânicos da cidade e o ponto natural mais alto de Auckland.

Desci do ônibu na parada de Parnell Village, bairro de lojas sofisticadas e construções vitorianas. Este bairro é caracterizado pela sua mistura de ruas arborizadas com grandes propriedades. Sua topografia montanhosa permite vistas sempre do porto de Waitematā, da ilha de Rangitoto e do Auckland Domain.

Seguindo, percorri o tour azul e vi os demais pontos turísticos, já obtendo uma definição de quais iria rever nos dias seguintes.

Neste tour Sighseeing estava incluído o ticket para a Devonport Island, ilha localizada a 15 minutos de Auckland e é um dos mais antigos bairros de Auckland. Ao final do passeio de ônibus para lá fui.

Emocionante partir de ferry daquela cidade e ver o seu perfil no horizonte. Com a Sky Tower sempre imponente, o porto de Auckland nos impressiona com sua cuidadosa arquitetura clássica em contraste com seu novo píer de formas arrojadas e modernas.

Ferry com destino a Devonport Island

Com seus prédios vitorianos, lojas elegantes, praias e calçadões bem cuidados, Devenport é um lugar perfeito para passar o dia, uma tarde, ou apenas um jantar na região de seu porto. Além de seus cafés e restaurantes charmosos na Victoria Road, Davenport ostenta lugares com as  melhores vistas de Auckland.

Davenport Island. Foto: Silvia Triboni

Vista de Auckland da Davenport Island. Foto: Silvia Triboni

Caminhei tranquilamente pela Davenport Island, explorando suas ruas e cafés, voltando à Auckland à tardinha.

Fui a pé da área portuária até o Skycity, uma área de entretenimento de classe mundial e cassino no coração da CBD de Auckland, composta de bares e restaurantes, hotéis, cassino, teatro e a icônica Sky Tower.

Casino na SkyCity. Foto: Silvia Triboni

Sky Tower. Foto: Silvia Triboni

Jantei no casino e voltei para casa também a pé. Eu estava, de fato, hospedada em um lugar muito bem localizado.

Este meu dia em Auckland fora intenso e eu ainda precisava definir o que faria no dia seguinte. A meteorologia prometia um dia ensolarado e eu decidira aproveitá-lo para conhecer as atrações fora de Auckland, conforme as indicações de Vinicyus.

Já havia “entendido” a cidade sabendo que os demais passeios em Auckland poderiam ser feitos por mim mesma, sem a necessidade de buscar agências de turismo.

Naquela noite precisava decidir qual empresa turística contratar, que me levasse às outras cidades da Ilha Sul.

Recorri ao grupo do Facebook chamado Brasileiros na Nova Zelândia e por lá indicaram duas empresas. Para checar as indicações consultei o Tripadvisor, site de muita importância àqueles que querem conhecer as avaliações de companhias turísticas, restaurantes e tudo o mais relacionado com o viagens e turismo, uma vez que os comentários dos usuários refletem a realidade e qualidade do atendimento oferecido pelo lugar que estamos interessados em contratar.

Pois bem. Naquela mesma noite, por telefone, contratei para o dia seguinte a Flexi Tours para o day-tour para a cidade Rotorua (228km) e Waitomo Caves (196km). Ou seja: iria conhecer duas grandes atrações em um dia só. Consultando o clima dos dias seguintes, de antemão eu sabia quais seriam de sol ou chuva. E este era um bom dia para ver o famoso lugar dos gêiseres e parques Maoris.

Fui dormir radiante pelo dia rico que tivera em Auckland, e ansiosa pela viagem do dia seguinte, que, certamente, será contada em outro textão.

Obrigada!

Silvia

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